#4
Alarmado mas lúcido, acordo a meio do sono gritando e gesticulando com a raiva de quem luta com todas as forças contra a ruína do seu próprio ser.
Creio que não tenho sonhos. Creio que tenho um sonho.
Uma só narrativa que me ocupa o corpo e a capacidade de ponderar.
Sei o que causo, memoro o que realizo, tenho na língua os nomes de todos os que amo. Porém, quando a ficção onírica se exalta à máxima habilidade de me desfigurar, despojado de todos os amparos, só me resta acordar.
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