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© Frederico Mira George (Yin-Yang, para João Carlos Silva) |
#36
Em França achei que poderia invadir a inteligência de mim mesmo e abater as paredes entre o que vejo no espelho e os meândricos desenhos: a amálgama de evocações, apetências, bem-e-mal-querenças, que me povoam o cérebro.
A filosofia religiosa parecia a entrada para um cosmo enigmático e bondoso da mente, quis conhecê-lo. Estudei sob orientação de dois místicos tibetanos e de um cristão pragmático que esquecera o teologismo habitual para empreender esforços teológicos sinceros.
França era uma espécie de olimpo para quem com a minha idade encontrava duvidas e repostas no odor das cidades de manhã, no sabor dos alimentos, nas sensações da pele.
Bastaria ter abraçado uma religião com o fulgor inicial da juventude. Sem trespassar fronteiras geográficas, sem voar com asas-de-cera tão perto do Sol.
Místicos tibetanos têm a sua graça. Cristãos pragmáticos ainda mais. Mas o caminho deles nunca se cruzou com o meu. Em França habitei o chão da esperança e nunca o da liberdade. Mestres e eu... caminhos paralelos... só por ironia... no infinito.
©
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